
Blog Literário
Contexto da Obra (1925)
A obra de Jorge Amado se passa na década de 1920, em Ilhéus. Jorge Amado, em Gabriela retrata a influência dos coronéis, dos grandes donos de terra, onde se utilizava dos mais desumanos métodos, das tocaias, assassinatos e torturas dos desafetos. Os coronéis, mesmo sem a legitimidade do poder político, exerciam controle sobre os chefes de governo local, assim como candidatos e em quem a população deveria votar, fosse por pressão ou por dívidas de favores.
No início do século XX se passou em Ilhéus, na Bahia, a “época de ouro do cacau”, que é retratada mostrando o cotidiano de uma população, acostumada a essa vida de impasses políticos e disputas sangrentas e também a serem levados a votar em determinados candidatos escolhidos pelos chefes das oligarquias locais. Mostra também o reflexo das mudanças de um ciclo econômico, no momento em que deixam de mostrar tanto interesse no café e passam este interesse, com a promessa de riqueza e vida fácil, ao cacau. Assim, levavam uma vida regada à boemia e aos cabarés. Ao mesmo tempo ansiavam ainda mais progresso, além de esperar toda a inovação vinda pelo porto com o comércio intercontinental.
O Brasil estava sofrendo algumas mudanças políticas com o governo de Juscelino Kubitschek, como por exemplo a mudança da capital brasileira, transferida do Rio de Janeiro, que fora capital do Brasil de 1621 a 1960, para a recém construída Brasília.
Os anos de 1950 foram marcados por grandes inventos, predominava no Brasil uma população rural, voltada ao trabalho do campo e a uma vida simples, com quase nenhuma tecnologia à disposição, com exceção de alguns raros aparelhos de rádio. As concentrações urbanas como conhecemos hoje não haviam se formado ainda, pois, embora já existissem cidades como São Paulo, o processo de industrialização ainda era incipiente. Já havia muitas indústrias em São Paulo no início do século passado, mas a ideia de pujança econômica, de progresso e de modernização da produção, apenas seria realidade em meados da década de 50, fato que se comprova na instalação de um grande parque industrial, principalmente da indústria automobilística na região do ABC paulista.
Nos anos 50 vivemos os governos de Getúlio Vargas (que cometeu suicídio em 1954) e de Juscelino Kubitschek, os quais, em linhas gerais, fomentaram o processo de industrialização nacional pela substituição de importações (iniciado por Vargas); pela abertura ao capital externo para investimento; pelo planejamento estratégico (como no caso de JK.); pela construção de uma infraestrutura como rodovias, hidroelétricas, aeroportos; pela promoção da indústria de base e de produção de bens de capitais, fundamentais para produção nacional. Um dos símbolos maiores deste processo de modernização foi a construção de Brasília, nova capital do país inaugurada no início dos anos 60.
Contexto da Época (1958)




